Mantendo viva a chama – ou, como já diziam os Bee Gees, staying alive.

10 de janeiro de 2022

Não sei nem o que dizer sobre o ano que passou.

Em 2020, esperava que os perrengues da pandemia pudessem acabar a qualquer momento – primeiro em abril, depois em maio, junho, julho, setembro, novembro.

Daí, puf, começou 2021 e bateu uma desesperança de murchar o coração. Chegamos ao fundo do poço em todos os aspectos possíveis e, ainda assim, havia quem negasse essa realidade. E, pior, quem cavasse para deixar o poço mais fundo.

Como quem tenta manter acesa uma chama num vendaval, me esforcei para proteger os fiapos de luz que ainda existiam em mim. Concentrei minha energia em sobreviver, me manter minimamente funcional e cuidar da minha família o melhor possível. O blog, coitado, entrou em dormência, com ocasionais despertares.

Hoje é o décimo dia do ano de 2022. Ômicron, H3N2, enchentes, desabamentos e desastres evitáveis pipocando no noticiário. Com cuidado, mãos em concha, protejo a chama. No fim deste mês, tomo a terceira dose de vacina. No fim deste ano, tomamos decisões que vão determinar se vamos, enfim, voltar a ver a luz no fim do túnel.

Que em 2022 a gente consiga brilhar de novo, mesmo que timidamente. Que a gente consiga se manter vivo e bem para algum dia voltar a respirar fundo e a suspirar de alívio. Feliz Ano Novo.