Cortar o tempo

31 de dezembro de 2010

“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.”

(Autor desconhecido)

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Esse é um dos textos mais brilhantes que já li sobre esta época do ano. De verdade, todos sabemos que, na prática, nada acontece quando o calendário vira. Ou, melhor, até acontece: os impostos que pagamos no começo do ano voltam a ser preocupação, o material de papelaria entra na lista de prioridades de quem estuda ou tem filhos em idade escolar… mas nada de mágico acontece de verdade.

Se, por um lado, não há nada de especial na passagem de um ano para outro, isto também quer dizer que a gente pode começar um novo tempo na vida a qualquer dia, a qualquer momento. Pode, sim, ser à meia noite do dia 1º de janeiro. Mas por que não poderia ser às 15h30 de 25 de setembro?

De toda forma, desejo que um novo tempo se inicie para você – hoje, amanhã e sempre que você sentir que é hora de mudar de rumo, de se reinventar, de renascer. Obrigada por sua companhia durante todo o ano, e pela compreensão diante das minhas ausências.

Feliz 2011!

Update: a simpática Rosângela Aliberti me avisou e é verdade – este texto é mais um daqueles erroneamente atribuídos a Carlos Drummond de Andrade. Por tê-lo recebido de um amigo que é fã de poesia, confiei e não conferi se os créditos procediam. Desculpem!